segunda-feira, 29 de junho de 2015

OBRAS de OCTAVIO de ARAUJO

 

Octávio Ferreira de Araújo nasceu no dia 22 de março de 1926 na cidade de Terra Roxa SP. Ainda criança mudou-se para a capital, onde se matriculou no instituto profissional masculino, freqüentado também por Flávio Tanaka, Grassmann e outros futuros artistas.

Começou pintando letreiros e tabuleiros, expôs pela primeira vez, com 20 anos, no Rio de Janeiro. No ano de 1947 passou a fazer parte do Grupo dos 19 e dois anos depois  começou a freqüentar o curso de gravura da École dês Beaux Arts, na França, onde ajudou Portinari na execução do mural “Pescadores”; trabalhou novamente com Portinari no ano de 1952, dessa vez no Brasil.

Ganhou o prémio de gravura do Salão para Todos (RJ) no ano de 1957 e foi para China. Lá visitou Pequim e Xangai, para onde levou uma exposição de arte brasileira.

Em 1960, na União Soviética, freqüentou o Instituto Repien de Moscou e o Instituto Poligráfico de Leningrado. Casou-se com Clara Gouriánova, que já tinha sido sua interprete de espanhol, no ano de 1961 e teve dois filhos. Após oito anos voltou ao Brasil (1968) e expôs no MASP no ano de 1972, retomando então o rumo de sua carreira.

Sua obra é muito variada, ótimo desenhista com magníficos trabalhos em nanquim. Em suas pinturas e gravuras, Octávio Araújo revela seu interesse por obras de pintores flamengos, alemães e italianos dos séculos XV e XVI, por vezes inspirando-se diretamente em figuras retiradas dessas obras.

Percebe-se em seus trabalhos afinidade com o surrealismo, principalmente pela apresentação de uma atmosfera onírica. Segundo ele próprio, sua obra visa despertar um clima original de mistério e magia no espectador. Nesse sentido, a figura da mulher é associada aos elementos da natureza. Araújo mescla, numa mesma composição, imagens muito diferentes, como as de animais, objetos, escadas ou ruínas, criando com elas cenas inesperadas.

 

DEPOIMENTOS

"Comecei a desenhar na linha atual quando estava em Moscou, em 1966. Sempre me interessei pela figura. Já fui considerado expressionista, surrealista, realista fantástico, sei lá. Eu me sinto mais à vontade quando falo da arte em geral. (...)”

“A figura feminina se repete na minha obra por várias razões. Uma é básica: na pré-história, a mulher foi despojada de sua condição de ser humano. Ela representava uma força elementar da natureza, em toda a pureza e vigor. Ela perdeu isso. Na minha obra, a figura feminina seria o prenúncio da colocação da mulher em seu lugar antigo, normal. Por isso, às vezes, a figura aparece fragmentada e distorcida. Quanto aos objetos que a rodeiam, têm um sentido mágico que se perdeu. O ser humano usava a magia para se transformar, para se aperfeiçoar. Intuitivamente eu tento despertar em quem vê uma obra minha esse clima original de mistério e magia. Daí o afogado, as ruínas, a mulher fragmentada, a escada, a pérola, o pássaro, o raio, a nuvem escura".

Octávio Araújo a Eduardo Alves da Costa - 1972

 

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Oferenda a Gaia [Canto de Louvor]

 

 

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O Espectro do Unicórnio Protegendo o Repouso de Pandora

 

 

 

 

 

Nascimento de Vênus

 

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Octávio Araújo faleceu em São Paulo, aos 89 anos, dia 26 de junho, respeitado e admirado por críticos e colegas.

terça-feira, 9 de junho de 2015

IL CRISTO VELATO MUSEU DE ARTE SACRA SP

 

A SURPREENDENTE ESCULTURA DE GIUSEPPE  SANMARTINO

 

 

A escultura, feita em 1753 pelo artista napolitano Giuseppe Sanmartino, representa o Cristo morto, deitado sobre um colchão rudimentar, apoiado por duas almofadas e coberto por uma finíssima mortalha, descuidadamente jogada sobre o corpo, envolvendo os membros delicados, e disposta rente ao corpo.   No seu Cristo, a pele do cadáver confunde-se e desfaz-se no sudário e é difícil acreditar ser um trabalho feito em um único bloco de mármore.

IL CRISTO VELATO é considerada  uma das maiores obras-primas da escultura de todos os tempos e não pode sair da Capela Sansevero de Nápoles. Graças à moderna tecnologia e à concessão da autorização dada pelo Museo Capella Sansevero, o diretor do Museu de Arte Sacra de São Paulo e a curadora Maria Inês Lopes Coutinho conseguiram uma projeção volumétrica da escultura igual à original , podendo proporcionar aos seus visitantes a possibilidade de admirar esta obra maravilhosa.

 

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A escolha de mármore claro acentua a sensação da palidez específica da morte.

Notam-se nesta obra influências do barroco e também uma inspiração do neoclassicismo, que já despontava no momento,   característica que fez com que esta escultura e outras de mesma inspiração fossem depreciadas pela crítica dos analistas românticos posteriores.

Giuseppe Sanmartino (Nápoles, 1720Nápoles, 1793), escultor italiano, teve uma longa e fecunda carreira. Algumas de suas criações estão expostas no Museu de San Martino em Nápoles. Ele é considerado uma das maiores personalidades artísticas dos Setecentos italiano pela escultura Cristo Velado, produzida para a capela  Santa Maria della Pietà, mais conhecida como Cappella Sansevero ou Pietatella, situada em Sangro di Sansevero em Nápoles.

 

Exposição "il Cristo Velato"
Curadoria: Maria Inês Lopes Coutinho
Período: 04 de junho a 02 de agosto de 2015
Local: Museu de Arte Sacra de São Paulo
Endereço: Avenida Tiradentes, 676 – Luz, São Paulo
Tel.: (11) 3326.3336 – agendamento de visitas monitoradas
Horário: quarta a sexta-feira das 9h às 17h; sábado e domingo das 10h às 18h
Ingresso: R$ 6,00 (estudantes pagam meia entrada); Grátis aos sábados.
Isentos: idosos acima de 60 anos, crianças até 7 anos, professores da rede pública (com identificação) e até 4 acompanhantes