quinta-feira, 25 de março de 2010

COLEÇÃO BRASILIANA ITAÚ

 

Na década de 70

o empresário Olavo Setúbal

começou a comprar pinturas, aquarelas,

livros, objetos e documentos

relacionados à história do Brasil.

Agora, um ano e meio após a sua morte,

300 itens desse acervo pessoal estão sendo expostos

na Pinacoteca do Estado.

 

 

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Montagem da exposição Coleção Brasiliana Itaú que abrirá neste sábado, 06/03

 

 

"Tudo o que se relaciona à arte do nosso passado

está representado com peças desta coleção",

avalia o curador Pedro Correa.

 

 

A escravidão aparece em gravuras

de Johann Moritz Rugendas.

expostas ao lado de cartas de alforria

e documentos de compra e venda de escravos.

 

 

 

 

 

 Em ‘Segundo Casamento de D. Pedro I’,

de 1829,

Jean-Baptiste Debret ilustra o matrimônio

do jovem monarca com D. Amélia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Entre as raridades,

há uma tela a óleo

de Arnaud Julien Pallière

que retrata a vista

da cidade de São Paulo em 1821.

 

 

 

 

 

Encontra-se ainda belíssima coleção

de gravuras  de nossa fauna e flora.

 

 

 

Foto: Eduardo Escariz/ SPTuris.

 

 

 Há também manuscritos

de governantes brasileiros,

livros encadernados para a família real

e moedas fabricadas

em homenagem à coroação de D. Pedro I.

Para 2011, há planos de expor

parte do acervo no Itaú Cultural.

sábado, 20 de março de 2010

OSWALDO GUAYASAMIN EM CURITIBA

 

Oswaldo Guayasamin (1919-1999),

pintor equatoriano de renome mundial

e autor de mais de seis mil obras

tem uma parte de seu acervo em exibição

no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba,

até 25 de julho.

A mostra está dividida em três séries:

Caminho do Pranto

 

“Minha pintura está em dois mundos:

da pele para dentro

é um grito contra o racismo e a pobreza;

da pele para fora

é a síntese do tempo que me foi dado viver.”

 

 

 

 

 

Idade da Ira

 

“Minha pintura é para ferir, para arranhar

e golpear o coração das pessoas,

para mostrar  que o homem faz contra o homem.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Idade da Ternura

 

“Apesar de tudo,

não perdemos a fé no homem,

em sua capacidade de se levantar e construir,

porque a arte envolve a vida.

É uma forma de amar.”

 

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“Pintar é forma de oração

da mesma forma  que o grito.

É quase atitude fisiológica

e a grande consequência do amor e da solidão.

Por isso quero que tudo seja nítido

que a mensagem seja simples e direta.

Não quero nada ao acaso

que cada figura, cada símbolo

sejam essenciais;

porque a obra de arte

é a busca incessante de ser como os outros

e não parecer com ninguém.”

 

terça-feira, 16 de março de 2010

MAIS UM 8 DE MARÇO…

Comemoramos um outro Dia da Mulher.

Como de costume, o comércio não deixou

ninguém esquecer a data,

anunciando, com grande antecedência,

presentes de todo tipo:

lindos, cafonas, úteis,

muitos de uso questionável…

e tudo em prestações sem juros…

A mídia nos dedicou poesias, crônicas,

artigos em defesa da igualdade dos direitos

do sexo fraco,

de protesto contra a exploração sexual…

De tudo isto retive esta crônica

E daí que acaba”

de Marcelo Rubens Paiva publicada 

no Caderno 2 de O Estado de SE. Paulo

de 13 de março de 2010,

da qual transcrevo pequenos trechos:

Ah, foi o dia internacional delas,

que amamos tanto,

que nos deram à luz,

intuição, formas alternativas de pensar,

mostraram detalhes que passavam despercebidos,

exigiram atenção, dedicação, carinho,

nos fizeram ser românticos, abafar a vergonha

e nos inspiraram música, poesia, até guerras.”

Comentando o desencanto

das que foram infelizes no casamento

e não acreditam mais no amor, continua:

Mas sua descrença com os novos tempos

e o velho homem nos deixa desesperados, órfãos'”

…”Trégua…”

E prossegue citando

todas as promessas masculinas imagináveis

e irrecusáveis, finalizando com a promessa:

Cuido de você na velhice,

não te trocarei por uma adolescente

que cheira a tutti frutti,

nem pela secretária vulgar da firma,

amarei sua pele um pouco mais flácida,

seus seios naturalmente instáveis,

seu corpo maduro,

seus joelhos frágeis.

E tomaremos vinho tinto todas as noites.

Prefere branco?

Que celulite?”

Continua:

Não, mulher não é o apêndice do homem,

mas a fonte original da vida

e a nossa razão de ser.

Não nos deixem desamparados.

E aprendam com as nossas fraquezas

e com todos os erros.”

Não façam do homem um noite sem vento,

um mundo sem gravidade.

Parecemos tolos e infantis,

controladores e insensíveis.

Mas as amamos tanto…”

Se o amor nos enlouquece, imagine a loucura

que é ficar sem ele.”

 

 

quinta-feira, 11 de março de 2010

HERCULE FLORENCE E O BRASIL

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Hercule Florence,

artista franco-brasileiro (1804-1879),

além de estar presente na exposição

do CCBB “EXPEDIÇÃO LANGSDORFF”,

ganha retrospectiva com 180 obras ,

entre aquarelas, desenhos, manuscritos,

gravuras em papel e tecido,

e também jornais na Pinacoteca.

É considerado um dos precursores

da fotografia no mundo ,

e seus trabalhos

têm como principal  motivo

canaviais e fazendas de café,

representados com muita exatidão e minúcia.

.Fazenda de Café

 canavial

 

 

 

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Preocupação com o aspecto do céu

e a coloração das nuvens

também são destaque em muitas aquarelas.

 

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Engenho da Cachoeira julho de 1835

 

 

Cartão postal em que aparece Langsdorff

 

 

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Florence descobriu um processo de gravação

através da luz,

que batizou de Photografie, em 1832

- três anos antes de Daguerre,

conforme publicação detalhada

na revista "A Phenix"

de 26 de outubro de 1939,

reproduzida no Jornal do Comércio,

do Rio de Janeiro, dois meses depois.

A publicação do livro de Kossoy,

"1833: a Descoberta Isolada da Fotografia no Brasil"

(Editora Duas Cidades, 1980),

incluindo a reprodução dos métodos

registrados por Florence nos laboratórios

do Rochester Institute of Technology,

levaram ao reconhecimento internacional

do pesquisador franco-brasileiro

na descoberta da fotografia.

PRESSA, INIMIGA DA PERFEIÇÃO…

Bem que vovó sempre dizia…

Ao redigir a última postagem, sobre a

EXPEDIÇÃO LANGSDORFF,

empolgada com tanto material interessante

encontrado na pesqisa do Google,

e imaginando o dia-a-dia vivido

por aquele grupo de artistas e cientistas

destemidos, no sertão bravio do Brasil,

em pleno século XIX, sem estradas,

usando os rios como modo de penetração,

acabei esgotando meu tempo livre,

e terminei redigindo o blog numa corrida.

Resultado: século XIX grafado errado;

a aquarela de Hercule Florence

Vista de Santarém Sobre O Rio Tapajós,

Pará” é de 1828

florence_santarem_tapajos_1828 

Aos amigos, que gentilmente lêem este blog,

agradeço e peço desculpar-me.

terça-feira, 9 de março de 2010

EXPEDIÇÃO LANGSDORFF NO CCBB

O Centro Cultural Banco do Brasil está apresentando

cerca de 120 desenhos e aquarelas, além de 36 mapas,

imagens emprestadas pela Academia de Ciências

de São Petersburgo, na Rússia,

que retratam aspectos da fauna, da flora

e da sociedade brasileira no início do seculo IXX.

São obras resultantes da expedição do barão 

G. H. von Langsdorff, alemão naturalizado russo,

que perecorreu 17 000 km do território brasileiro,

entre 1821 e 1829,

acompanhado de artistas e cientistas,

que foram registrando tudo o que viam:

habitantes das cidades, índios,

animais exóticos, como saguis, e plantas raras,

sendo a maior parte desses trabalhos

ainda inédita em nosso país.

Dessa expedição fizeram parte

o alemão Johann Moritz Rugendas,

os franceses Aimé-Adrien Taunay

e Hercule Florence,

autores dos magníficos desenhos e aquarelas,

e o cartógrafo russo Nestor Rubtsov,

que desenhou mapas tão precisos

que ainda nos surpreendem hoje,

apesar dos instrumentos rudimentares

de que dispunha.

 

 

Divulgação

 

Aquarela Quilombo,  por Adrien-Aimée Taunay

 

 

 

Vista de Santarém sobre o Rio Tapajós, Pará, 1928

 

 

A expedição percorreu, em geral por rios,

as províncias do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, de São Paulo,

do Mato Grosso, do Amazonas e do Pará.

Seus integrantes se sujeitavam aos perigos

de um território ainda pouco explorado,

vivendo uma extraordinária aventura.

Muitos foram os problemas durante esse percurso.

Em 1824 Rugendas,

sempre em conflito com Langsdorff,

foi expulso e, ao partir, violou o contrato,

levando consigo 500 desenhos já pagos.

Seu sucessor, Taunay,

ao tentar cruzar a cavalo o Rio Guaporé,

em 1928,  morreu afogado, com apenas 25 anos.

Após a morte de Taunay, Florence se tornou

o principal desenhista da expedição.

Seus desehos são realistas

devido ao uso que faz da câmara-escura.

  Langsdorff contraiu uma doença desconhecida

que causava surtos passageiros,

durante os quais ele perdia

a noção de tempo e espaço,

e da qual nunca se recuperou,

morrendo na Alemanha em 1852.