sexta-feira, 22 de julho de 2016

OBRAS DE JANAINA TSCHÄPE








                                         




  Janaina iniciou sua formação na década de 1990. Já morou em cidades como Hamburgo, Berlin, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Nova Iorque. Começou a usar a fotografia e o vídeo como formas de documentar suas relações com esses lugares
É muito forte a presença  das plantas e matas, assim como da água e do mar em todo o seu trabalho e gosta de misturar ficção e realidade: sereias, seres meio humanos, meio não humanos...O oceano  é tido como uma imagem do inconsciente: informe, fluido, sempre em movimento.  




terça-feira, 19 de julho de 2016

Convites de Casamento

Relembrando as aquarelas feitas com carinho para meus netinhos Mirela & Fábio!

domingo, 22 de novembro de 2015

SETE SEIBE NA GALERIA PROARTE

 

 

                                  Tela de Kazuo Wakabayashi

 

A Proarte Galeria celebra os 80 anos da criação do Grupo Seibi na exposição “Sete do Seibi”, em São Paulo. A mostra reúne 42 obras de artistas nipo-brasileiros que participaram do coletivo, desde sua fundação, em 1935, ao encerramento das atividades na década de 1970.

Entre os homenageados estão os pioneiros do projeto Tomoo Handa, Yoshya Takaoka, Yuji Tamaki, além de Tikashi Fukushima, Manabu Mabe, Tomie Ohtake e Kazuo Wakabayashi, que aderiram ao grupo no período do pós-Segunda Guerra Mundial.

“O Seibi tinha como objetivo criar um espaço de convivência entre os artistas nipo-brasileiros atuantes, sobretudo em São Paulo, trocar experiências entre eles e estimular a divulgação mútua de seus trabalhos”, afirma o diretor da Proarte, Miguel Felmanas.

Para a produtora da exposição, Ely Sayemi lutaka,  a premiação de Manabu Mabe, em 1959, na V Bienal de São Paulo como Melhor Pintor Nacional, “sinalizou o reconhecimento da importante presença do grupo de pintores nipo-brasileiros no panorama da arte brasileira”.

Segundo o curador da mostra, Enock Sacramento, “os nipônicos e seus descendentes trouxeram para a arte brasileira uma contribuição inestimável: a fusão da cultura japonesa com a brasileira. Nas paletas e telas, os gestos foram guiados por expressões individuais e misturas enriquecedoras. Em algumas produções há o predomínio do substrato do ocidente e, em outras, o do oriente; ora a explosão, ora a contenção; ora a reflexão, ora a ação; e, em alguns casos, o equilíbrio entre os dois polos”.

 

Composição I

                                          Kazuo Wakabayashi

 

Kazuo Wakabayashi, Sem título, 2005 (técnica mista sobre tela)        

 

Yoshyia Takaoka, Paisagem do Rio de Janeiro, 1942 (óleo sobre tela)

 

                                            Yoshyia Takaoka

 

                                    Tomoo Honda

 

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                                     Manabu Mabe

 

                                 Manabu Mabe

 

                                    Tikashi Fukushima                                          

 

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                                           Yuji Tamaki

 

                                     Tomie Otahke

 

Exposição “Sete do Seibi”
Visitação: de 18 de novembro a 3 de dezembro de 2015
Horário: de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h. Sábado, das 10h às 16h.  
Local: Proarte Galeria
Endereço: Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1644, Jardim Paulistano, São Paulo - SP
Entrada gratuita
Mais informações: (11) 3085-7488 ou
contato@proartegaleria.com.br
Estacionamento no local
www.proartegaleria.com.br

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

OBRAS DE CASPAR DAVID FREDERICH

 

 

Self Portrait 1800 - Caspar David Friedrich

 Autorretrato

 

Caspar David Friedrich foi o mais puro representante da pintura romântica alemã. Suas paisagens primam pelo simbolismo e idealismo que transmitem.

Nascido em 5 de setembro de 1774, em Greifswald, faleceu em Dresden em 1840.

Trabalhava inicialmente com aquarelas e desenhos, depois se dedicou  à gravura em metal.

Em 1808, depois de  um curso de pintura a óleo, foi incumbido pelos condes de Thun e Honestein de uma de suas obras mais importantes: A Cruz na Montanha.  Recebeu muitas críticas, por relacionar a paisagem com o sentimento religioso, tendo Frederich apresentado  sua interpretação desta pintura: os raios do sol representam a luz de Deus Pai, o fato do sol estar no ocaso indica que o tempo em que Deus se revelava diretamente aos homens havia passado, as montanhas são alegorias da fé e os pinheiros marcam o surgimento da esperança.

 

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          A Cruz na Montanha  1807

Seu tema preferido foi sempre a paisagem. Suas obras muitas vezes possuem uma atmosfera nostálgica, com brumas, árvores secas, e dramáticos efeitos de luz, em que ele foi um inovador e um mestre.

 

                Manhã sobre a Montanha  1810

 

                  Paisagem de Inverno com Igreja 1811

 

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Caminhando sobre o Mar de Névoa 1818

 

                          Beiramar ao Luar

 

                            Manhã em Riesengebrirge 1810-1811

 

                         Manhã na Montanha

 

                        A Árvore dos Corvos 1822

 

Após seu casamento com Caroline Bommer, em 1818, que era bem mais jovem, suas obras ganham  leveza e a figura feminina começa a aparecer com destaque. Os Penhascos de Rügen, obra pintada após sua lua-de-mel, é um bom exemplo .

 

            Os penhascos de Rügen, c. 1818

 

                    Nascer da Lua sobre o Mar 1822

 

                        O mar de gelo, 1823-1824.

 

                 As fases da vida, c. 1835.

 

Uma das características mais originais de sua obra é o uso da paisagem para evocação de sentimentos religiosos. Buscava não apenas apreender, de  forma objetiva a natureza, como faziam os neoclássicos, mas construir uma narrativa poética, de modo a obter uma ligação entre o observador solitário e o ambiente externo. Em suas palavras, "o artista devia não só pintar aquilo que vê diante de si, mas também o que vê dentro de si".

São frequentes em suas telas céus grandiosos, tempestades, as ruínas e  cruzes. Símbolos da morte também não são raros, como árvores secas. Equilibrando o sentimento de abandono e desespero estão em outros momentos os símbolos da Redenção, como a cruz contra um céu claro que promete a vida eterna,  ou a lua crescente que sugere o renascimento e uma progressiva aproximação a Cristo.

      Em junho de 1835 ficou parcialmente paralítico. Conseguiu se recuperar um pouco , mas sua habilidade de pintar foi muito prejudicada, passando a preferir a aquarela e a sépia, em trabalhos onde abundam os símbolos da morte. Morreu em 1840, quase esquecido pelo mundo da arte.              

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

EXPOSIÇÃO: FRIDA KAHLO _ CONEXÕES ENTRE MULHERES SURREALISTAS NO MÉXICO

 

Com a inauguração, em 27 de setembro, da exposição “Frida Kahlo - Conexões entre Mulheres Surrealistas no México”, no Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo, o público poderá não só contemplar o universo da pintora mexicana Frida Kahlo (1907 - 1954), como também, apreciar aspectos da vida e produção de outras 15 importantes artistas, entre elas  Maria Izquierdo, Remedios Varo e  Lenora Carrington.

 

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Frida deixou um grande legado para o mundo com suas pinturas. Símbolo da força e independência do universo feminino, a artista Mexicana estava muito à frente de seu tempo e, apesar de todos os percalços (como muitos problemas de saúde e um casamento conturbado), continuou a apresentar-se sempre animada e cheia de vida.

 

 

Os sete autorretratos da mexicana revelam o máximo de seu universo simbólico. Em um deles, de 1943, a pintora retrata-se rodeada de pequenos macacos - e, como diz a curadora Teresa Arcq, “os chimpanzés sempre representaram o erotismo na obra da artista”.

 

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Frid aceitou aspectos de seu corpo que fugiam muito aos padrões da época — especialmente a sobrancelha unida e o buço. 

 

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Frida também teve grande influência para a moda,  impondo seu próprio estilo. Adotou as longas saias, no estilo tehuana, da região de Oaxaca, no Sul do México, sempre muito rodadas e coloridas. Se por um lado, elas camuflavam seus problemas físicos (esconder que tinha uma perna mais curta que a outra, sequela da poliomielite que teve na infância),  por outro lado, eram a forma encontrada por Frida para manter o bom humor e para continuar se sentindo feminina. As saias eram combinadas com corseletes e até com coletes de gesso, que precisava usar por causa dos problemas na coluna, resultantes de um acidente de bonde aos 18 anos. Os bordados coloridos, as flores delicadas, as rendas e as tranças, que lhe conferiam um visual alegre, foram sendo cada vez mais incorporados à medida que seus problemas de saúde se agravavam e sua dor aumentava. Essa marca pessoal acha-se também refletida em sua pintura, que segue o mesmo padrão de cores primárias.

As doenças e os acidentes deixaram-lhe sequelas que a obrigavam a usar coletes ortopédicos, que aparecem em vários quadros, como “A Coluna Partida”, de 1944.

 

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A COLUNA PARTIDA

Diferentemente de muitos artistas de renome, que desde pequenos mostram uma aptidão para a pintura, Frida não começou a pintar cedo. Foi num período de convalescência  que, usando um cavalete adaptado à cama e a caixa de tintas de seu pai, Guillermo, Frida começou a pintar Não foi apenas com a pintura que o pai influenciou seu trabalho.  Guillermo era fotógrafo profissional e tinha o curioso hábito de se fotografar, algo que a filha levou mais tarde para seus quadros. Ao longo de sua carreira, Frida pintou diversos autorretratos, sempre colocando na tela seus problemas, seu cotidiano, seus temores e seus amores.

 

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Frida estava sempre envolvida em política — ela era ligada ao Partido Comunista Mexicano, onde inclusive conheceu o muralista Diego Rivera, de 43 anos, com quem se casou por duas vezes. A primeira vez, em 1929 aos 22 anos. Os dois viveram um relacionamento tempestuoso e cheio de reviravoltas – mas Frida era perdidamente apaixonada pelo marido.  Resolve se separar, contudo, ao descobrir que ele mantinha um relacionamento com sua irmã mais nova, Cristina. Isso não impediu, porém, que eles se casassem novamente, seguindo o mesmo padrão de relacionamento turbulento.

Diego Rivera também influenciou o estilo de Frida, que passou a adotar cores básicas em grandes extensões, num estilo naïve.

 

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Em 1950, Frida amputou uma perna e, em seguida, entrou em depressão. Nessa época, pintou suas últimas obras, como Natureza Morta (Viva a Vida) e  morreu no dia 13 de julho de 1954.

O projeto da exposição “Frida Kahlo - Conexões entre Mulheres Surrealistas no México” é muito complexo. Até o momento, estão confirmadas 19 pinturas e 13 obras sobre papel de Frida Kahlo para a mostra. Orçada em R$ 9,5 milhões, a exposição traz uma centena de obras de trabalhos emprestados de 48 coleções privadas e particulares. Apresenta também a oportunidade de o Brasil receber trabalhos de surrealistas reconhecidas, mas ainda não muito populares.

"O diálogo das artistas é temático", explica Teresa sobre o conceito da mostra. “A prática da autorrepresentação feminina entre as 16 surrealistas apresenta-se como uma questão importante, e, na sequência das obras, será possível comparar quão distinto pode ser o olhar de cada uma para si”.

 

 

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Leonora Carrington

 

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Maria Izquierdo

 

Remedios Varo

“Deve-se também ressaltar o tema do exílio como um dos pilares da mostra. Muitas das participantes de “Frida Kahlo - Conexões entre Mulheres Surrealistas no México” escolheram, afinal, viver no país latino-americano que, depois da Revolução Mexicana, em 1910, tornou-se um território de efervescência política e cultural”.

 

Instituto Tomie Ohtake
http://www.institutotomieohtake.org.br

De 27 de setembro a 10 de janeiro de 2016

De terça a domingo, das 11h às 20h
Entrada R$ 10 (grátis às terças-feiras)
Rua dos Coropés, 88
Pinheiros – Oeste São Paulo
(11) 2245-1900
Estação Faria Lima Via Quatro

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

CASSIO LOREDANO em RIO, PAPEL E LÁPIS

 

 

O cartunista Cássio Loredano lança livro e também abre exposição com suas paisagens favoritas

O cartunista Cássio Loredano lança livro e também abre exposição com suas paisagens favoritas

 

O livro Rio, papel e lápis, que o Instituto Moreira Salles (IMS) lançou dia 8 de agosto, reúne 62 retratos do Rio de Janeiro feitos por Loredano.  O cartunista traçou um roteiro que começa na Capela de Nossa Senhora da Cabeça, nos arredores do Jardim Botânico, passa pelo centro histórico da cidade e termina na Ponte dos Jesuítas, na Zona Oeste.

Cássio Loredano é um andarilho, que se desloca pelo Rio de Janeiro , ou recorre ao transporte público. Das janelas do ônibus, ele admira a Cidade Maravilhosa. “Eu gosto do barroco colonial que o mestre de obra português nos deixou”. Às vezes, pega metrô – mas se ressente por não poder apreciar a paisagem. “Bom mesmo é o “expresso canelinha”, brinca o caricaturista, que anda longas distâncias com frequência: os 7 quilômetros de Laranjeiras, onde mora, ao centro do Rio, por exemplo, ele faz em cerca de meia hora. “Mas não sou flâneur, que é o cara que vai seguindo a folha de papel que o vento empurra. Ando rápido. Gosto de andar pelas calçadas para ver as moças e as fachadas.”

Suas andanças resultaram no livro Rio, Papel e Lápis, e na exposição homônima que o Instituto Moreira Salles (IMS) abriu neste sábado, 8, em seu centro cultural na Gávea. O instituto encomendou-lhe as ilustrações, tendo como mote os 450 anos do Rio. Pediu 50, recebeu 61. É que Loredano é um apaixonado pela sua cidade: “Morei muitos anos em São Paulo, mas quando estava andando na rua, na Europa, era pela Avenida Mem de Sá (na Lapa) que eu andava”. Seus desenhos são um convite ao passeio: “Meu livro apresenta vários lugares que estão escondidos, mas que merecem ser visitados”. 

 

Avenida Presidente Vargas e a Igreja de Nossa Senhora da Candelária  (Foto: Cássio Loredano )           2 | O ALTAR _ A Avenida Presidente Vargas e a Igreja de Nossa Senhora da Candelária. Ponto lembrado pela violência e pelos casamentos (Foto: Cássio Loredano )

 

Chaminé do Catumbi e o Morro da Coroa  (Foto: Cássio Loredano )           3 | SOLIDÃO _ A Chaminé do Catumbi e o Morro da Coroa. Não sobrou quase nada do bairro antigo, que abrigava uma refinaria de açúcar (Foto: Cássio Loredano )

 

Castelinho de Santa Teresa, no Rio de Janeiro  (Foto: Cássio Loredano )             4 | IMPÉRIO _  A imponência do Castelinho de Santa Teresa. Ele foi construído no século XIX por um comendador português (Foto: Cássio Loredano )

 

Avenida Passos, uma homenagem ao prefeito Pereira Passos  (Foto: Cássio Loredano )              5 | PASSEIO _ A Avenida Passos, entre as ruas Buenos Aires e Luís de Camões. Uma homenagem ao prefeito Pereira Passos, que redesenhou as ruas do Rio (Foto: Cássio Loredano )

 

Mapa do Rio de Janeiro com as localizações de cada ilustração feita por Cássio Loredano  (Foto: época )

 

Andanças do caricaturista resultaram no livro Rio, Papel e Lápis, e na exposição homônima que o Instituto Moreira Salles

PRAÇA  XV e ARCO do TELES

Loredano escolheu não praias e montanhas que fizeram a fama da cidade, tampouco o Pão de Açúcar ou o Cristo Redentor. Usou grafite, nanquim, esferográfica e aquarela para dar forma a igrejas, prédios públicos, monumentos, pontos comerciais e sedes de times de futebol. É o Rio edificado que capta o olhar desse carioca, que já morou na Alemanha, França, Itália e Espanha.

“O carioca passa pelos Arcos da Lapa como se fosse a coisa mais natural do mundo um aqueduto romano no meio da cidade”.

 

ROMA É AQUI Os Arcos da Lapa e o Convento de Santa Teresa, no alto do morro. Um aqueduto no coração de uma metrópole tropical (Foto: ilustração: Cássio Loredano)

ARCOS da LAPA e o CONVENTO de SANTA TERESA

 

“Não fico olhando para o Pão de Açúcar, e sim para o Real Gabinete Português de Leitura. “À praia eu não vou, nem sei nadar. Fico no quiosque bebendo cerveja. Como diz o (cartunista) Jaguar, intelectual não vai à praia, intelectual bebe. Quando brincam que eu sou moreno porque frequento praia, respondo que pego sol andando na rua.”

Ele teve um ano para realizar o trabalho: os desenhos e os pequenos textos que os acompanham no livro. A perspectiva é a de quem vê as paisagens da calçada. Em nenhuma das imagens aparece a figura humana. “Não tem gente para que não se desvie o olhar do que é essencial aqui, que são as fachadas: veja a Biblioteca Nacional, como é linda.” Não reproduziu fielmente o que viu, mas o que lhe interessava sublinhar. O Teatro Municipal aparece sem vizinhos, tendo apenas à sua direita o prédio onde ficava o bloco carnavalesco Cordão da Bola Preta. “Lembro de ir ao teatro e, no intervalo, escutar a gafieira que vinha de lá”, diverte-se. Na Rua Primeiro de Março reproduz apenas os adornos da fachada da Igreja da Ordem Terceira do Carmo; a igreja ao lado, que considera feia, ficou só no contorno.

 Sua admiração pela cidade do Rio de Janeiro fica clara nos desenhos sobre o centro, que foi a primeira região urbanizada da cidade, no século 16, e concentra também arranha-céus. A Igreja de Santa Luzia, do século 18, convive com o Palácio Capanema, símbolo do modernismo dos anos 1940, e edifícios mais recentes; a centenária Igreja do Carmo da Lapa também é vizinha de prédios altos; o Real Gabinete, construído em 1887, tem à frente a escultura do artista Franz Weissmann Retângulo Vazado. “Escolhi olhar para onde ninguém olha, porque quem está de carro tem que tomar cuidado para não bater no carro da frente”, Loredano sintetiza.

Rio, papel e lápis
Desenhos de Cássio Loredano
Curadoria: Julia Kovensky e Paulo Roberto Pires
Visitação: até janeiro de 2016
De terça a domingo, das 11h às 20h.

Local: Instituto Moreira Salles - Rio de Janeiro
Rua Marquês de São Vicente, 476
Gávea – Rio de Janeiro - RJ
Telefone: 21 3284 7400

sexta-feira, 24 de julho de 2015

RENOIR ROSA E AZUL NO MASP

 

 

 
 
Rosa e Azul" ou "As Meninas Cahen d'Anvers" , de Pierre-Auguste Renoir

Renoir retratou nesta obra duas filhas do banqueiro Louis Raphael Cahen d’Anvers, Elisabeth e Alice, quando tinham respectivamente seis e cinco anos de idade. O célebre pintor foi contratado para fazer vários retratos desta família, que conheceu através do coleccionador Charles Ephrussi (amante oficial de Louise Morpurgo, mãe das meninas), director da Gazette des Beaux-Arts. A irmã mais velha das meninas, Irene, também foi retratada pelo pintor. A ideia, a princípio, era fazer retratos individuais de cada filha. Posteriormente, a família decidiu que as duas irmãs mais novas apareceriam juntas.

Elisabeth e Alice surgem  diante de uma pesada cortina de cor de vinho. Usam vestidos de festa idênticos, com fitas, faixas e meias da mesma cor e os cabelos penteados com franjas perfeitas.

A família do banqueiro não gostou do resultado final e o quadro ficou esquecido,  só sendo redescoberto muitos anos depois .

O Original e as Interpretações  

A obra pertence atualmente ao aceervo do Museu de Arte de São Paulo (MASP) desde que foi adquirida por Assis Chateaubriand (fundador do Museu).

   "Renoir, pintando Rosa e Azul, mostra na vibração da superfície e das cores vivas que compõem os vestidos das meninas toda a vivacidade e a graça instintivamente feminina que se esconde atrás da convenção da pose, todo o frescor e a candura da infância. As meninas quase se materializam diante de observador, a de azul com o seu ar vaidoso e a de rosa com um certo enfado, quase beirando as lágrimas." (Texto junto ao quadro - MASP)

 

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Foto no MASP

Análise da Obra
Por Percival Tirapeli - Professor de Estética e História da Arte da UNESP

Além de ser uma obra-prima, Rosa e Azul sintetiza algumas das preferências de Renoir. O nome remete às tonalidades que estarão presentes em muitas das telas, sendo suas cores favoritas.
Além disso, o quadro apresenta uma mistura de técnicas que marca muito o trabalho de Renoir. Temos aqui três momentos bem distintos, criados com três técnicas diferentes. O primeiro deles é o rosto polido das meninas, praticamente sem sombras, muito bem trabalhado e de forma bem arredondada.
Em seguida, percebe-se a tinta gorda esticada com um pincel chato que dá todo o volume e textura dos cintrões dos vestidos.
O terceiro momento é a sensação causada pela textura do vestido, pelo qual ele deixa transparecer a estrutura do corpo das meninas.
Neste caso, ele aplica a técnica do pontilhismo - muito usada por seu amigo Alfred Sisley (1839-1899) - os tons são divididos em semitons e lançados na tela em pequeninos pontos visíveis de perto, mas que se fundem na visão do espectador ao serem vistos a distância.
Este quadro demonstra ainda toda a energia de vida que Renoir sempre quis retratar em suas obras.

 

A história das meninas Cahen d’Anvers  é comovente. Alice (a de faixa rosa) viveu até os 89 anos e morreu em Nice, em 1965. A outra irmã, Elisabeth, teve um destino trágico.  Ainda jovem converteu-se ao catolicismo, sendo mesmo assim enviada para Auschwitz, devido a sua origem  judia, em 27 de março de 1944, morrendo no trem a caminho do campo de concentração,  aos 69 anos. (O MASP tem a lista do comboio  que partiu para Auschwitz  em que consta o seu nome).

  Este quadro tem sido fonte de muita inspiração para o público e para outros pintores. Washington Maguetas e   Maurício de Souza já fizeram suas interpretações .


Damas em Giverny (óleo sobre tela - 47x59cm - 2005)
Quadro pintado por Washington Maguetas, imaginando como estariam as duas irmãs de rosa e azul, após alguns anos, visitando os jardins da casa de Monet na cidade de Giverny, na França.

 

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Magali e Mônica de Rosa e Azul

Versão pintada por Maurício de Souza em 1989, após ver uma exposição no MASP.

 

"Meninas da Noite", 1994 - Cirton Genaro
(Óleo sobre tela/madeira - 56 x 40 cm ) é outra obra também inspirada neste quadro de Renoir.



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Auto retrato de Pierre Auguste  Renoir

A irmã mais velha das meninas, Irene, também foi retratada  por Renoir.

 

Ficheiro:Mlle Irene Cahen d'Anvers.jpg

 

Arte da França: De Delacroix  A Cézanne                        

MASP Av. Paulista, 1.578. Fone:  011-3251-5644

3ª, 4ª, 6ª, sábados, domingos e feriados das 10h/18h; 5ª das 10h/20h, R$25,00. Até 25 de outubro.

Fontes:http://www.masp.art.br

http://www.sabercultural.com

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