quarta-feira, 21 de julho de 2010

IMITAÇÃO DA ÁGUA _ EXPOSIÇÃO DE SANDRA CINTO

 

 

Feita com caneta permanente e acrílica sobre tela,

Sandra Cinto de 2010

Foto: Everton Balardin

 

 

A artista plástica Sandra Cinto

apresenta no Instituto Tomie Ohtake,

em sua primeira exposição individual em São Paulo,

obras inéditas especialmente produzidas

para ocupar os três andares do Instituto.

 

O título Imitação da Água

foi retirado de um poema

de João Cabral de Melo Neto:

 

“ …Uma onda que parava
ao dobrar-se, interrompida,
que imóvel se interrompesse
no alto de sua crista

e se fizesse montanha
(por horizontal e fixa),
mas que ao se fazer montanha
continuasse água ainda…”

(trecho do poema )

 

 

Para a primeira sala do andar térreo,

a artista criou a imersão total no desenho,

num "mar aberto”,

que tem como fundo de sua representação

faixas de azuis (até o negro)

e traços feitos com canetas permanentes

à base de óleo em tonalidades de prata.

 

 

 

 

 

Sandra desenhou diretamente

na parede de 360 graus da Sala Redonda.

"Há uma geometria no fundo, com os planos definidos,

e um desenho intuitivo, em partes,

como um rendado", afirma Sandra.

 

 

 

Foto de Carolina Krieger

 

 

Na segunda sala, a da "tempestade noturna",

vemos um ambiente mais "dramático":

um espaço de azuis-marinhos e quase pretos,

sete telas verticais:

são sete mares instáveis e em prata.

 

 

 

 

No chão,

2 mil barquinhos de papel branco caíram

de uma mesa destruída pela tormenta.

 

 

 

 

Na terceira sala,

a artista criou o espaço do amanhecer:

telas fazem a representação

de um horizonte de 8 metros,

que podemos contemplar

sentados em um banco de madeira, o Porto,

ancorado em seus pés por livros,

por "poesia".

"Aqui se junta o céu e o mar novamente,

o lugar seguro para a reflexão", diz Sandra.

 

 



 
 

 

 

 

 

Em resumo: as três salas se completam.

Na primeira estamos rodeados pela água,

que mostra sua força, entre tempestades,

ventos e diferentes caminhos.

Na segunda,

vemos a desconstrução da onda (água)

que se livra de alguns elementos que,

em momentos diferentes,

começam a tomar forma,

até que finalmente, na terceira,

vemos a construção de montanhas

que passam a ser água novamente,

num eterno ciclo.

 

 

 

 

 

 

 

  

2 comentários:

  1. A EXPOSIÇÃO ESTÁ MARAVILHOSA.
    A REPETIÇÃO DAS LINHAS PERFEITAS ,SINCRONIZADAS,O MESMO AZUL DO FUNDO DOS PAINÉIS COM AS PAREDES, A AUSÊNCIA PROPOSITAL DOS TRADICIONAIS FOCOS DE LUZES, JOGAM PARA FORA AS ONDAS DESENHADAS EM PRATEADO.
    VALE MUITO UMA VIAGEM A SP E CONHECER O TRABALHO.PARABÉNS NORMA PELO SEU BLOG.É EXCELENTE.
    ABRAÇOS
    CAROLINA

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  2. Linda exposição Vovó Linda!!!
    Parabéns!!! bjnhs Nana

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