Santiago Calatrava, famoso arquiteto espanhol, esteve no Rio no início deste mês para apresentar o projeto do Museu do Amanhã a ser realizado pela prefeitura em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Será sua primeira obra no país e a inauguração está prevista para maio de 2014.
Segundo Calatrava "O museu não pode ser uma espécie de fortaleza, como que dizendo 'estamos aqui para guardar o tesouro da cultura'. Ao contrário, tem de ser um lugar aberto à cidade e convidativo ao público. É importante entender o museu como parte de um contexto. Ele dialoga com a cidade. Queremos que sirva como fermento para revitalizar e reestruturar a paisagem urbana, para recuperar a praça Mauá, uma das mais belas do Rio".
Sua filosofia de "museu aberto" está refletida não apenas nos traços do edifício --uma longa estrutura horizontal aberta nas duas pontas, cuja forma ele definiu como "um misto de inseto e planta"-- mas também em seus arredores, onde Calatrava criou o que chamou de "passeio arquitetônico".
"Usamos a parte exterior do museu para que o visitante receba uma série de estímulos que o deixem perplexo: o teto que se abre e se fecha seguindo o périplo solar, os jardins remetendo à natureza do Rio, as piscinas que falam da utopia de poder filtrar a baía [de Guanabara]." Pretende que seja "um museu de exploração das possibilidades do amanhã". "O projeto é tão audaz que parte do hoje para o amanhã, não para o passado. Preocupa-se com o legado."
O museu de mais de 12.500 m² será construído no Píer Mauá, zona leste do Rio, e terá uma exposição interativa com o foco na ciência e tecnologia que irão moldar o mundo daqui a 50 anos. Os visitantes terão a possibilidade de simular como suas atitudes no presente afetarão o planeta no futuro.
Uma previsão de como serão as exposições no Museu do Futuro.
Previsão de um dos blocos da exposição do Museu.
A praça do Museu do Amanhã
Vista aérea do Museu do Amanhã. O primeiro piso terá um anfiteatro com capacidade para mais de 400 pessoas e o segundo nível irá comportar a exposição
Calatrava comentou suas impressões sobre a cidade: "A natureza tem um valor paisagístico extraordinário no Rio. É claro que, como todas as cidades, tem partes mais controversas, por exemplo, as favelas." Demonstrou, porém, uma visão otimista sobre elas: "Gosto do que se chama de 'pacificação' das favelas, é de uma inteligência enorme abordar o problema dessa maneira. Esses lugares são vitais, têm uma capacidade criativa imensa." E terminou atribuindo aos arquitetos parte da responsabilidade para encontrar soluções: "Costumo dizer que, se nós, arquitetos do século 21, não formos capazes de dar uma resposta a estes problemas das grandes cidades, teremos perdido o trem."
Fontes:
FOLHA DE S. PAULO ilustrada E 3, domingo, 13 de maio, 2012
Mobly Design 11 de maio, 2012 no Arquitetura, Novidades (4)
Norma, você sempre informando o que está acontecendo de mais atual.Seria muito bom se pessoas ligadas ao fazer da Cultura tivessem contato com as idéias do arquiteto Calatrava ,em relação ao significado atual de um museu.É uma pena que ainda persiste por falta de esclarecimento atualizado (mas já em vigor a décadas), a verdadeira função do Museu.
ResponderExcluirParabéns pelas suas informações primorosas.
Obrigada por ler meu blog e pela gentileza do comentário. Norma
ExcluirNorma, sou arquiteto e gostei.... de ver seu blog, sua pesquisa e seu interesse em saber e divulgar conhecimento...posto apostar que é professora..e das boas..
ResponderExcluirgostaria de ter vc na minha equipe porque sou professor...e vivo pra ensinar...Henrique A P S Magalhães
ah!! que ela é professora e das boas, posso atestar!!!
ResponderExcluir...muitas regrinhas práticas de português, que aprendi com ela, estão a me servir a 45 anos, desde então...
...professora dedicada, estudiosa,interessada..e bastante exigente, com ela própria, com os alunos e com os filhos....rsrsrs...
....assim, como filha já sou, acumulei 2 requisitos de exigência quando sua aluna.... rsrsrs....valeu, em ambos os casos, os ensinamentos vem me sendo úteis no dia a dia....rsrsrs..ainda que quando mais nova, bem mais nova, alías...eu achava meio duro...mas hoje confesso publicamente ..graças a Deus, minha mãezinha era amiga, carinhosa, mas bem exigente....
milisa
Obrigada pelo carinho de todo dia. Beijos, Norma.
ExcluirConsigo entender a grandeza de seu coração ao enriquecer nossa cidade com sua presença, você daria dignidade a qualquer lugar do mundo.
ResponderExcluir